A Cia se propõe a pesquisar o universo feminino profundamente, valorizando a palavra e todas as suas possibilidades. Além do cotidiano, das suas conquistas e das relações, a inspiração se deu através da leitura de textos de ícones como Carlos Drumond de Andrade, Clarice Lispector, Luiz Fernando Veríssimo, Raquel de Queiroz, Fernando Pessoa, além de Vinícius de Moraes, Carl Yung, Simone de Beauvoir, Martha Medeiros, Cora Coralina, Chiquinha Gonzaga, Adriana Falcão e Tom Jobim, entre outros autores especiais, que sempre trazem à tona a mulher como temática. O cinema é uma grande referência para o espetáculo. O mix música, projeções, cenários multimídias, efeitos sonoros e digitais, são algumas das nossas ferramentas pra contar essa história.

domingo, 21 de agosto de 2011

Afinal, o que querem as mulheres? De Luiz Fernando Carvalho

Luiz Fernando Carvalho, diretor dos sonhos de todo o ator, num assunto que nos é muito familiar. Acima, o primeiro episódio da minissérie e todos os outros estão disponíveis no Youtube e em breve nas lojas. A propósito.. o que nós queremos, hein?
Saiba mais sobre a obra de Luiz Fernando Carvalho, o premiado diretor do filme "Lavoura Arcaica".
Shirley Cruz

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Mulher sempre mulher

Ana Kariny Gurgel

Mulheres do Brasil

MARIA  BETHÂNIA
Composição: Joyce


No tempo em que a maçã foi inventada
Antes da pólvora, da roda e do jornal
A mulher passou a ser culpada
Pelos deslizes do pecado original.
Guardiã de todas as virtudes
Santas e megeras, pecadoras e donzelas
Filhas de maria
Ou deusas lá de hollywood
São irmãs porque a mãe natureza
Fez todas tão belas.
Oh! mãe, oh! mãe
Nossa mãe, abre o teu colo generoso
Parir, gerar, criar e provar
Nosso destino valoroso.
São donas-de-casa
Professoras, bailarinas
Moças operárias, prostitutas meninas
Lá do breu das brumas,
Vem chegando a bandeira
Saúda o povo e pede passagem
A mulher brasileira.

Bethânia é força e figura imponente. Voz que transcorre espaços e ecoa no infinito. Mulher com o dom da retórica, que ascende a palavra nos nossos corações. 
Maria como muitas, artista como poucas. Entidade protetora do sentir que acolhe almas com seu canto.
Ana Kariny Gurgel

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Mulher - Ilsa da Luz Barbosa

Você que busca no dia a dia sua
independência, sua liberdade, sua
identidade própria;

Você que luta profissional e
emocionalmente, para ser
valorizada e compreendida;

Você que a cada momento tenta ser a
companheira, a amiga, a "rainha do lar";

Você que batalha incansavelmente por seus
próprios direitos e também por um mundo
mais justo e por uma sociedade sem
violências;

Você que resiste aos sarcasmos daqueles
que a chamam de, pejorativamente, de
feminista liberal e que já ocupa um
espaço na fábrica, na escola, na
empresa e na política;

Você, eu, nós que temos a capacidade de
gerar outro ser, temos também o dever de
gerar alternativas para que a nossa Ação
criadora, realmente ajude
outras
mulheres  a conquistarem
a liberdade de Ser...

 
 
Mulher da vida, minha irmã               Cora Coralina
Mulher da Vida, minha Irmã.
De todos os tempos.
De todos os povos.
De todas as latitudes.
Ela vem do fundo imemorial das idades e
carrega a carga pesada dos mais
torpes sinônimos,
apelidos e apodos:
Mulher da zona,
Mulher da rua,
Mulher perdida,
Mulher à-toa.
Mulher da Vida, minha irmã.
Pisadas, espezinhadas, ameaçadas.
Desprotegidas e exploradas.
Ignoradas da Lei, da Justiça e do Direito.
Necessárias fisiologicamente.
Indestrutíveis.
Sobreviventes.
Possuídas e infamadas sempre por
aqueles que um dia as lançaram na vida.
Marcadas. Contaminadas,
Escorchadas. Discriminadas.
Nenhum direito lhes assiste.
Nenhum estatuto ou norma as protege.
Sobrevivem como erva cativa dos caminhos,
pisadas, maltratadas e renascidas.
Flor sombria, sementeira espinhal
gerada nos viveiros da miséria, da
pobreza e do abandono,
enraizada em todos os quadrantes da Terra.
Um dia, numa cidade longínqua, essa
mulher corria perseguida pelos homens que
a tinham maculado. Aflita, ouvindo o
tropel dos perseguidores e o sibilo das pedras,
ela encontrou-se com a Justiça.
A Justiça estendeu sua destra poderosa e
lançou o repto milenar:
“Aquele que estiver sem pecado
atire a primeira pedra”.
As pedras caíram
e os cobradores deram s costas.
O Justo falou então a palavra de eqüidade:
“Ninguém te condenou, mulher...
nem eu te condeno”.
A Justiça pesou a falta pelo peso
do sacrifício e este excedeu àquela.
Vilipendiada, esmagada.
Possuída e enxovalhada,
ela é a muralha que há milênios detém
as urgências brutais do homem para que
na sociedade possam coexistir a inocência,
a castidade e a virtude.
Na fragilidade de sua carne maculada
esbarra a exigência impiedosa do macho.
Sem cobertura de leis
e sem proteção legal,
ela atravessa a vida ultrajada
e imprescindível, pisoteada, explorada,
nem a sociedade a dispensa
nem lhe reconhece direitos
nem lhe dá proteção.
E quem já alcançou o ideal dessa mulher,
que um homem a tome pela mão,
a levante, e diga: minha companheira.
Mulher da Vida, minha irmã.
No fim dos tempos.
No dia da Grande Justiça
do Grande Juiz.
Serás remida e lavada
de toda condenação.
E o juiz da Grande Justiça
a vestirá de branco em
novo batismo de purificação.
Limpará as máculas de sua vida
humilhada e sacrificada
para que a Família Humana
possa subsistir sempre,
estrutura sólida e indestrurível
da sociedade,
de todos os povos,
de todos os tempos.
Mulher da Vida, minha irmã.
Declarou-lhe Jesus:
“Em verdade vos digo
que publicanos e meretrizes
vos precedem no Reino de Deus”.
Evangelho de São Mateus 21, ver.31.
 

Poesia dedicada, por Coralina, ao Ano Internacional da Mulher em 1975.

 Ana Kariny Gurgel

Cultne - Mulher negra no cinema. Léa Garcia, Iléa Ferraz e Shirley Cruz.

Esses são alguns trechos da palestra que discutiu a presença da mulher negra no cinema brasileiro. Foi um prazer enorme estar ao lado dessas atrizes maravilhosas, que indiscutivelmente devo muito, devo minha vida profissional. Mulheres que tornaram possível a presença da mulher negra na dramaturgia. A elas e a outras como Ruth de Souza, meu muito obrigada!
Shirley Cruz
Saiba mais..
http://www.cultne.com.br/video.php?id_video=98



Clarice.. "A" inspiração..

Tem muito de Clarice no nosso trabalho. A clareza de pensamento, a força e a sinceridade de uma mulher que não tinha medo do que vinha de dentro.
Nosso respeito a esta mulher, fonte inesgotável de pesquisa...
Shirley Cruz

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Elenco - Ana Kariny Gurgel


M u L h E r   e   F o R t E
Atriz e Jornalista, recentemente seu trabalho pôde ser conferido na minissérie “Afinal, o que querem as mulheres?”. No teatro foram mais de 15 (quinze) espetáculos, dos quais estrelou alguns. Na TV já participou de produções como as séries “A Grande Família”, “Os Normais”, as novelas “Kubanacan”, “Senhora do Destino” (Rede Globo). Na rede Record esteve nas novelas “Prova de Amor”, “Vidas Opostas” e “Chamas da Vida”. Em 2005, estrelou o sitcom  "Mano a Mano", na Rede TV e em seguida atuou na comédia “Jonas e Jane”, programa pioneiro no formato para o Brasil, veiculado na WTN. No cinema fez parte do elenco de “Surf Adventures” , “Mangueira”, “Um amor quase perfeito” e “Amélio”, ao lado de Lúcio Mauro Filho.